Olá Pessoal, tudo bem?
Passei praticamente o mês inteiro de março sem postar, né? Mas calma, tem uma justificativa: Estive fazendo alguns cursos, me aperfeiçoando mais, e claro: pensando em um conteúdo de qualidade pra vocês.
Um dos cursos que eu fiz foi a Formação no atendimento em pré e pós operatório de cirurgia plástica estética e reparadora. Totalmente enriquecedor. E é por isso que resolvi começar abordando este tema hoje!
Teremos algumas postagens relacionadas. Hoje começaremos conversando sobre os tipos mais frequentes de cirurgias plásticas, para entendermos um pouco como elas funcionam. Em outro post falaremos sobre a intervenção fisioterapêutica no pré e pós op.
Bom, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), são realizadas cerca de 629mil cirurgias plásticas por ano no Brasil, sendo 73% estéticas e 27% reparadoras. Um numero significante, não é mesmo?
Se pararmos para pensar o quanto o acompanhamento pré e principalmente pós operatório contribui para o aspecto e satisfação final da aparência cirúrgica, entenderemos porque se faz tão importante estudar e se capacitar a respeito.
Como sabemos, existem 2 tipos de cirurgias plásticas: As Estéticas (como o próprio nome já diz, visam o embelezamento) e as Reparadoras (que possuem a finalidade de devolver a função de determinada área).
Separei as cirurgias plásticas mais frequentes e/ou comuns de se encontrar na nossa prática clínica:
Abdominoplastia
A abdominoplastia é uma das cirurgias plásticas mais comumente utilizadas. A técnica consiste na retirada do tecido subcutâneo excedente na região do abdômen, seguida da plicatura dos músculos reto abdominais (sendo muito utilizada em pacientes que apresentam diastase com indicação cirurgica).
Ela pode ser dividida em duas:
- Miniabdominoplastia: Que é realizada apenas na região infraumbilical, não havendo sutura dos mm. reto abdominais, preservando a cicatriz umbilical.
- Abdominoplastia clássica: Realizada em toda a extensão abdominal, com plicatura dos mm. reto abdominais, com transposição do umbigo.
As complicações mais comuns deste tipo de cirurgia, são as coleções líquidas, como hematomas e seromas, devido ao grande descolamento realizado no procedimento cirúrgico.
A necrose no pós op, é rara, mas pode acontecer nos casos em que é realizada uma pressão excessiva na cicatriz (com a cinta, por exemplo), dimuindo a oxigenação local.
As deiscências (abertura da ferida operatória) também podem acontecer. Para evitar que isto ocorra, é comum que o médico oriente ao paciente de permanecer com o tronco levemente fletido nos primeiros dias de pós op, para evitar muita tensão entre as bordas da incisão cirúrgica.
Lipoaspiração
Ainda segundo a SBCP, dos 629mil procedimentos de cirurgia plástica que são realizados por ano, 20% são representados pela lipoaspiração. Os pacientes que são candidatos a realizar este procedimento, são aqueles que possuem pequenos acúmulos de gordura, a famosa "Gordura Localizada".
Pode ser realizada com seringa à vácuo, lipoaspirador (aparelho de sucção) e vibrolipoaspiração (que apresenta vantagens em relação à lipoaspiração tradicional, pois seu componente vibratório facilita na remoção da gordura)
Ela pode ser dividida em 2 tipos:
- Lipoaspiração seca
- Lipoaspiração úmida ou tumescente (introdução de soluções como água destilada e substâncias vasoconstrictoras, com o intuito de romper as membranas celulares, facilitando a remoção da gordura, além de favorecer algum grau de hemostasia).
A lipoaspiração pode muitas vezes vir associada à lipoenxertia, que nada mais é do que a introdução da gordura lipoaspirada, em outra região do corpo, para dar volume (isto comumente acontece na região dos glúteos).
A complicação mais frequente no pós operatório, é a presença de áreas extensas de fibrose. Para prevenir seu aparecimento, muitos médicos prescrevem o uso de "PAD's", que são placas compressoras para serem usadas simultaneamente à cinta.
Mamoplastia de aumento
Também inclusa em uma das cirurgias mais realizadas no Brasil, sendo superada apenas pela lipoaspiração. É uma técnica onde é colocada uma prótese de silicone na mama.
Os casos mais comuns de procura pela técnica são: Mamas pequenas, após amamentação, perda de peso, discreta ptose da mama ou pós mastectomia.
O implante da prótese pode ser realizada em 4 locais diferentes:
- Abaixo da glândula mamária
- Abaixo da fáscia muscular
- Dual plane (entre os músculos)
- Abaixo do músculo peitoral maior (mais comum)
As incisões podem ser : transareolomamilar, infra-areolar semicircular, infra-areolar vertical, sulco mamário, axilar e umbilical (menos frequente).
Existem diversos tipos de próteses mamárias, as mais comuns são as "Próteses de perfil", que conferem os melhores resultados.
As complicações mais comuns são as deiscências, cicatrizes hipertróficas, edema e necrose do CAM.
Mamoplastia Redutora
A mamoplastia redutora é proposta quando há um volume excessivo da mama ou flacidez tecidual. Esta técnica realiza a remoção do excesso de tecido adiposo, tecido glandular e do excesso de pele.
A quantidade de pele a ser removida, determina a extensão da cicatriz inframamária. As incisões mais comuns são em "T invertido" ou em "L".
Muitas vezes, após a mamoplastia redutora, pode ser colocada uma prótese de silicone, para conferir um melhor resultado estético ao procedimento e prevenir a mama de uma nova ptose.
As complicações seguem as mesmas da mamoplastia de aumento.
Ritidoplastia
Também chamada de Lifting Facial, a Ritidoplastia tem o objetivo de rejuvenescer e realçar a aparência facial.
Sua técnica consiste em descolamento facial, seguido do tracionamento da pele e algumas plicaturas e suturas no sistema musculoaponeurótico subcutâneo (SMAS), para tornar a cirurgia mais duradoura.
As complicações mais frequentes são os hematomas e seromas (pelo mesmo motivo da abdominoplastia: grandes áreas de descolamento tecidual), lesão sensorial e motora do nervo facial (rara), deiscências, cicatrizes hipertróficas (mais comuns na região pós auricular, devido à forte tensão na área), fibroses e fistula salivar.
As cirurgias de face, em geral, podem levar a complicações mais severas do que as corporais.
Blefaroplastia
Por último, e não menos importante: A cirurgia de pálpebra. Esta cirurgia pode ser realizada isoladamente ou associada à outros procedimentos. Ela visa não somente o componente estético, mas também o aspecto funcional das pálpebras.
A Blefaroplastia é realizada por meio de anestesia local (lidocaína ou epinefrina) e pode ser realizada na parte superior (mais frequente) ou inferior da pálpebra.
Na cirugia de pálpebra superior, pele é dissecada da musculatura subjacente com o auxílio de um bisturi, sendo realizada uma sutura com fio fino intradérmica.
Já na de pálpebra inferior, há 3 tipos de técnicas que podem ser utilizadas:
- Retalho cutâneo - Incisão é realizada no musculo orbicular dos olhos, no sentido das fibras, sobre a projeção das bolsas de gordura.
- Retalho musculocutâneo - A incisão do m. orbicular é realizada em sua porção tarsal, até a visualização do septo orbital.
- Transconjuntival - Aborda diretamente as bolsas palpebrais, evitando cicatrizes externas. É indicada em casos que não há excesso de pele. Não requer sutura.
Dentre as complicações, podemos citar: edema, contratura cicatricial, olho seco, lesão de córnea, assimetria palpebral, ectópio e ptose palpebral.
Bom gente, então é isso! Entre outras técnicas cirúrgicas que também existem, podemos citar a braquioplastia, cruroplastia e rinoplastia.
O intuito desse post foi conhecermos um pouco como funciona os procedimentos cirúrgicos e suas complicações, para num próximo post, falarmos sobre a intervenção fisioterapêutica nesses casos.
Abraços,
Sara Neves.