Oi, gente!
Quem me conhece sabe o quanto eu amo eventos científicos que propaguem a fisioterapia dermatofuncional como ciência cada vez mais. E é por isso que sempre procuro divulgar aqui no blog os congressos, cursos, etc que irão acontecer.
Antes de tudo queria expressar a minha felicidade em ter a oportunidade de unir, em um evento só, profissionais de Fisioterapia e de Estética. Juntos, nós nos somamos! Sou contra qualquer tipo de "rivalidade" entre as duas áreas e acho muito boa a oportunidade de em um único evento unir conhecimentos científicos das duas áreas. Afinal, caminhamos para um único caminho: A saúde da pele e a melhora da autoestima das pacientes. E isso nos basta.
Bom, mas voltando ao assunto do post: Ano passado tive a oportunidade de ir ao Enfidefe2015 e não me arrependi! Foi tão enriquecedor em termos de inovação tecnológica, quebra de paradigmas e construção de conhecimento que este ano não poderia ser diferente: Irei novamente! Minha inscrição já está mais do que realizada hahaha <3
Outro ponto que me deixa ainda mais feliz: O encontro será, mais uma vez, na minha cidade linda: Recife -PE. Então, não tenho desculpas para não ir, né vdd?

E NÃO ESQUEÇAM: A virada do lote irá ocorrer amanhã! Então aproveitem para fazer a inscrição de vocês por: R$270,00 Estudante, R$300,00 Profissional e R$120,00 qualquer minicurso.
Os palestrantes e a programação completa vocês podem conferir na própria página do encontro http://www.enfidef.com.br/ e esse ano contamos com grandes nomes como Maria Inês Harris e Mariana Negrão <3


MINICURSOS:

Cada pessoa pode se inscrever em até 3 minicursos, 1 por dia. Eu me inscrevi no de Microagulhamento no tratamento das hipermelanoses e linhas periorbiculares, com a Prof Mariana Negrão e já estou contando os dias haha.

O envio de trabalhos científicos para a apresentação em pôster também está disponível e todas as instruções estão disponíveis no site. A comissão científica premiará os 3 melhores trabalhos apresentados.

Bom gente, é isso! Espero que vocês tenham a oportunidade de ir ao evento e sempre se atualizar!
Depois que passar o Encontro eu faço um post contando tudo direinho como foi.
Beijos!

Sara Neves.

Oi gente, tudo bem?
Com a chegada das épocas mais frias (ou no caso daqui de Recife, mais agradáveis, porque não faz frio kk), um dos tratamentos que costumam ser mais procurados são os peelings. E é na época mais fria que costuma-se encontrar os melhores resultados, devido a menor exposição da cliente ao sol.
De uma forma geral, peeling (especialmente o químico) é a associação, dentre outras coisas, de ácidos que melhoram linhas de expressão, cicatrizes de acne, manchas e até estrias. Sendo assim, faz-se importante entendermos os tipos de ácidos que podemos utilizar e suas características, tais como peso molecular.
Peeling químico é um procedimento que resulta no estímulo da renovação celular a partir da camada basal, seguido da reação inflamatória tecidual que leva aos mediadores inflamatórios, provocando a síntese de colágeno e, finamente, a reparação tecidual, melhorando o aspecto cutâneo. Dessa forma, eles são utilizados para promover o refinamento da pele, pois, a retirada das células que constituem a capa córnea da pele, contribuem para a permeação de outros ativos que serão utilizados posteriormente, a depender do objetivo do tratamento.
A profundidade do peeling depende da substância aplicada, da sua quantidade, da concentração do ativo e do seu PH, do tipo de pele e do tempo de exposição da pele ao ativo.


Os ácidos irão atuar reduzindo a coesão entre as células, pois reagem com a enzima "cimentante" que existe entre a queratina, promovendo a esfoliação da superfície e acelerando a renovação celular. Através da renovação celular intensificada, melhora-se a textura da pele, por meio do aumento do estímulo aos fibroblastos e aumento da síntese de colágeno, resultando em uma pele mais resistente e mais flexível.

TIPOS DE ÁCIDOS:

Alfa-hidroxiácidos (AHA'S) - São um grupo de substâncias naturais encontradas em alguns alimentos, que constituem uma família de ácidos orgânicos. Alguns exemplos:

ÁCIDO GLICÓLICO - Derivado da cana de açúcar
ÁCIDO LÁTICO - Derivado do leite azedo
ÁCIDO MÁLICO - Derivado do mirtilho
ÁCIDO TARTÁRICO - Derivado de maçãs
ÁCIDO CÍTRICO - Derivado de limões
ÁCIDO MANDÉLICO - Derivado do extrato de amêndoas amargas

Os AHA'S diferenciam-se dos demais ácidos por possuirem baixo peso molecular e conseguirem maior poder de penetração na pele. Os compostos com AHA'S geralmente são bem tolerados, porém podem provocar sensação de formigamento e ardência quando aplicados, principalmente em peles mais sensíveis.
Para a ANVISA, o uso de  AHA'S e seus derivados, tem sua concentração máxima permitida a 10%, PH mínimo de 3,5 e todas as recomendações de uso devem aparecer na rotulagem.
Dentre os AHA'S, o mais utilizado é o ácido glicolítico, por possuir a menor molécula entre os demais. Como o próprio nome já diz, ele tem a capacidade de glicar a camada córnea da pele, possibilitando a maior penetração de outros ativos. Já o ácido mandélico, também muito utilizado, tam a vantagem de ser menos irritante para a pele, quando comparado com outros ácidos, porém, seu peso molecular é maior (maior dificuldade para penetrar na pele).

Beta-hidroxiácidos (BHA'S) e Poli-hidroxiácidos (PHA'S) - São famílias de ácidos geralmente de origem sintética, podemos destacar:

ÁCIDO SALICÍLICO
GLUCONOLACTONA

Essas classes podem minimizar alguns possíveis efeitos adversos dos AHA'S, pois possuem um maior peso molecular e penetram mais lentamente na pele, sendo mais indicados para peles sensíveis. Além disso, são umectantes e antioxidantes, auxiliando na prevenção contra o fotoenvelhecimento.

Lipo-Hidroxiácidos (LHA'S) - São derivados dos tradicionais ácido lático e ácido salicílico, que apresentam uma característica benéfica no tratamento, devido à sua ação lipofílica, possuindo afinidade com a pele, facilitando sua permeação e diminuindo a possibilidade de sensiblidade.

OBS: Ácidos em geral carregam em sua indicação primária o estímulo da renovação celular que, em seguida, será associada a uma segunda indicação, podendo ser ela: despigmentante, hidratante, antioxidante, etc. A depender do plano de tratamento traçado para cada paciente.


Higienizar, esfoliar e tonificar a pele é essencial para potenciar o resultado dos peelings. A hidratação é uma peça fundamental, pois, durante a aplicação do ácido, acontece de forma leve a desidratação da pele. A hidratação pós peeling é essencial para restabelecer a homeostase hídrica da região.

Por hoje é só pessoal, espero que tenham gostado da postagem!
Bom feriado!
bjs

Sara Neves.
*REFERÊNCIAS:
Bel col em revista
PINTO, B.S; ROSA, S.F; SILVA, D. Peelings químicos faciais utilizados em protocolos estéticos

Olá Pessoal!
Esses dias eu estava lendo alguns artigos científicos da área de farmacologia estética e permeação cutânea de ativos. Em meio a minha leitura, me deparei com os seguintes termos: Permeação, Penetração e Absorção. Podem parecer simples, mas os termos acabam causando um pouco de confusão no nosso dia a dia. E foi aí que surgiu a ideia de simplificar isso em uma única postagem! 
Sempre gostei de escrever, e escrever sobre o que eu amo então, MARAVILHOSO! haha Então vamos lá...
Antes de entender sobre esses termos é muito importante entender um pouco sobre as bases anátomofisiológicas da pele. Já existem livros totalmente dedicados ao tema, falando sobre sua composição, estruturas, fisiologia e metabolismo. Aqui vamos falar bem geral, ok? (Para quem gosta do tema, existe um livro maravilhoso da autora Maria Inês Harris - Pele: estrutura, propriedade e envelhecimento).


A pele é o maior órgão do corpo humano, correspondendo à 16% do seu peso total. Desempenha múltiplas funções, dentre elas: Barreira contra radiações solares, Barreira química, microbiana, térmica e elétrica. Ela é composta por um arranjo dinâmico de células, macroelementos e fluidos (barreira hidrolipídica), sendo a proteção primária do nosso organismo à agressores externos.
De um modo bastante geral, a pele divide-se em:

Epiderme: Porção epitelial de origem ectodérmica, tecido em constante renovação. A epiderme por sua vez é subdividida em:
- Estrato córneo (camada queratinizada da pele)
- Estrato Granuloso (composto por queratohialina, proteínas refletoras da luz, que dão opacidade à pele)
- Estrato Espinhoso (onde encontram-se os desmossomos, responsáveis pela estabilidade da epiderme contra distorções mecânicas e os queratinócitos, fundamentais para a coloração da pele)
- Estrato Basal (onde ocorre a divisão celular ativa e é rica em células tronco)

Derme: Porção conjuntiva de origem mesodérmica, intermediária e vascularizada. Responsável pela nutrição da epiderme e composta por tecido fibroso (proteínas fibrosas, colágeno, elastina e ácido hialurônico). A derme é responsável por armazenar e ceder rapidamente (quando necessário) água.

Hipoderme ou tecido subcutâneo: Não faz parte da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes, é um tecido conjuntivo frouxo que pode conter células adiposas, constituindo o panículo adiposo. Protege os vasos e os nervos contra traumatismos e atua como isolante térmico.

A pele também possui alguns anexos, tais como: Pelos, Glândulas sudoríparas, Glândulas Sebáceas e Unhas.

Agora que já fizemos um resumão sobre a pele... voltemos ao tema do post!

Atualmente, com o avanço da indústria farmacêutica e cosmética, existem diversas formulações com o objetivo de reparar, embelezar, hidratar, adornar e modificar a pele. Dependendo do tipo de ativo, e do seu modo de ação, ele irá atingir uma camada diferente da nossa pele, por isso os termos Permeação, Penetração e Absorção são distintos.

Penetração: A penetração é um termo geralmente utilizado para cosméticos, onde os ativos atingem somente a epiderme, não ultrapassando a camada córnea queratinizada da pele.

Permeação: Termo utilizado na aplicação dos cosmecêuticos (saiba a diferença entre cosméticos e cosmecêuticos clicando aqui), as substâncias ultrapassam a camada córnea, atingindo a derme, porém sem atingir os vasos sanguíneos.
Como a foto acima já elucida, a permeação pode acontecer via intercelular, transcelular ou transfolicular.
Vale lembrar que se desejamos que um ativo ultrapasse a camada córnea e atinja a derme, devemos utilizar antes alguma substância capaz de glicar essa camada córnea super queratinizada, como o ácido glicolítico, por exemplo.

Absorção: Termo utilizado para fármacos/Medicamentos, ocorre quando o ativo atinge a corrente sanguínea e, a partir daí, começará a agir de forma sistêmica.

Gente, acho de suma importância para um bom profissional da área de estética e dermatofuncional entender sobre a composição da pele e de que modo diferentes ativos irão agir nessa pele. É entendendo a diferença entre esses termos que vamos identificar qual ativo iremos utilizar e com qual finalidade.

Até a próxima, amores!
beijoss

*Referências:
HISTOLOGIA BÁSICA - Junqueira e Carneiro
PELE: ESTRUTURA, PROPRIEDADE E ENVELHECIMENTO - Maria Inês Harris
PERMEAÇÃO CUTÂNEA - Stocco, Layane S; Silva Sarah F; Faria, Luciane G.

Sara Neves.