Olá, pessoal!
Plena segunda feira de carnaval e a gente ta como? Isso mesmo, estudando e fazendo postagem!
Hoje nós vamos conversar um pouco sobre um tema muito legal: As microcorrentes.

Há mais de 100 anos, temos relatos de efeitos terapêuticos de correntes de baixa intensidade. Fisicamente, as microcorrentes são classificadas como correntes alternadas de baixa intensidade.
Originalmente, as microcorrentes apresentavam amplitude de até 600µA, cuja carga é insuficiente para excitar as fibras nervosas sensoriais, o que as classifica como "Low Intensity Stimulators" - estimuladores de baixa intensidade. Atualmente, os estudos sugerem que intensidades próximas à 200µA são as mais aceitas e indicadas.


Estudos relatam que as microcorrentes são subsensoriais, ou seja, não são percebidas pelo paciente. Isto se dá pelo fato de que sua aplicação não produz ativação das fibras nervosas sensoriais cutâneas.
Esta corrente normaliza a atividade no interior da célula, após ter sofrido algum tipo de lesão. Daí dá-se o fato de que as microcorrentes são amplamente utilizadas no processo de reparação de feridas e úlceras.
A adição externa de microcorrente, irá aumentar a produção de ATP (cerca de 300 a 500 %), a síntese de proteínas, a oxigenação, a troca iônica, a absorção de nutrientes, a eliminação de catabólitos residuais, estimulando assim a drenagem linfática, e ainda pode neutralizar a polaridade oscilante de células deficientes.
Também existem relatos do uso de microcorrentes no estímulo à neocolagenogênese, onde já se foi amplamente demonstrado que, no processo de fechamento das feridas, havia a formação de um denso tecido de colágeno.
Também existem evidências do uso das microcorrentes para reparação de fraturas e aumento da osteogênese. Seu primeiro relato para este tipo de terapêutica, data de 1970. Desde aquela época, correntes de baixa amperagem foram utilizadas para induzir crescimento ósseo, em pacientes com fraturas não consolidadas.
A corrente possui ainda um efeito anti-inflamatório. A resolução do processo inflamatório está intimamente ligada à efeitos já citados anteriormente: O reestabelecimento da bioeletricidade tecidual, à sua ação no sistema linfático, à regeneração tecidual e, consequentemente, obtenção da homeostase. Todos esses efeitos também colaboram para resolução de edemas e relaxamento muscular, por aumentar a microcirculação.
Além de tudo isso, as microcorrentes também parecem ser bactericidas. Hoje sabemos que, feridas infectadas, podem ter sua cicatrização comprometida. Estudos relatam que feridas contaminadas com pseudomonas e/ou proteus, apareceram estéreis após vários dias de  eletroestimulação com microcorrentes.

Sim... mas de que forma estes benefícios podem ser trazidos para a área da estética?

  1. Pós Peeling (químico ou mecânico) - Na busca de uma normalização da camada da pele, após ter passado por um procedimento abrasivo, estimulando sua regeneração. 
  2. No pós operatório imediato de cirurgia plástica - Para mim, uma das funções mais úteis das microcorrentes, na área de fisioterapia dermato funcional. Auxilia na resolução do edema, do hematoma, da dor e da inflamação, além de acelerar o processo de cicatrização. (Devendo tomar cuidado no seu uso em caso de P.O de lipoaspiração).
  3. Em casos de acne - Devido à sua ação anti-inflamatória, bactericida e cicatrizante
  4. Prevenção de envelhecimento cutâneo/rugas - Devido aos relatos do estimulo à neocolagenogênese, as microcorrentes parecem ser bastante úteis e promovem um linfting facial maravilhoso.
 Aplicação:

- Intensidades entre 100 e 200µA, independente do tipo e extensão da lesão, são as amplitudes que mais respondem em processos cicatriciais, quando comparadas à intensidades mais elevadas. A intensidade de 200µA é padrão na dermato funcional e é empregada em vários tratamentos, principalmente em pós operatórios.

- A frequência deverá ser próxima à 5HZ

- Estudos sugerem que o tempo de aplicação deverá girar em torno de 20 minutos. Dependendo do caso, mais tempo de aplicação será necessário.

Apesar de eletrodos móveis, em "caneta", serem amplamente utilizados na área da estética (como aqueles da imagem desta postagem); Vários estudos demonstram que o uso de eletrodos fixos, como os auto adesivos, parecem tornar a terapia mais eficaz, por proporcionar uma melhor distribuição da corrente terapêutica. As máscaras faciais para aplicação de correntes, também parecem ser bastante eficazes.

As contra indicações seguem as gerais do uso de correntes e eletroterapia, ressaltando sempre a contraindicação ABSOLUTA de aplicação sobre o útero gravídico.

Bom, então é isso pessoal! Procurem ler sobre a técnica, para entender mais a fundo as bases fisiológicas de como tudo acontece!

REFERÊNCIAS:
  • Modalidades Terapêuticas nas Disfunções estéticas - Fábio dos Santos Borges
  • Eletrotermofototerapia - Jones Agne
Sara Neves.

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