Oi pessoal, tudo bem com vocês?

Muito se fala sobre os recursos que podem ser utilizados no pós operatório de cirurgia plástica, mas pouco se é mencionado a respeito dos objetivos e condutas a serem realizados no PRÉ.
Quando eu fiz a formação em pré e pós operatório, este tema clareou bastante na minha mente e é por isto que eu resolvi conversar sobre ele hoje com vocês.


O objetivo geral do atendimento no pré operatório de cirurgias plásticas, é bem simples: Tornar aquele tecido o mais fisiológico possível, para que ele tenha uma boa recuperação após o procedimento invasivo.
Basicamente, iremos utilizar procedimentos que melhorem o tônus muscular, melhorem a circulação, diminuam líquidos e toxinas do organismo, proporcionando um tecido adequado para uma boa regeneração e formação de boas cicatrizes com poucas complicações.
Procedimentos que estimulam a hidratação tecidual profunda e a produção de colágeno e elastina também são excelentes e estarão diretamente ligados a formação de uma cicatriz sem aderências e sem hipo/hipertrofias.
Antes de toda e qualquer intervenção, deve-se orientar a paciente a algumas condutas que ela deve tomar ou evitar, exemplo:

Orientações gerais a serem dadas para a paciente:

  • Não fumar por 48 horas antes da cirurgia e por pelo menos até o 21º dia de P.O para evitar prejuízos no processo de cicatrização.
  • Realizar uma alimentação balanceada/saudável e procurar orientação nutricional
  • Praticar atividade física para melhorar o condicionamento físico geral e proporcionar um pós operatório mais saudável.

Técnicas que podem ser utilizadas no pré operatório de cirurgia facial: 
 
  • Limpeza de pele (prevenindo a proliferação bacteriana)
  • Hidratação profunda (especialmente dermocosméticos que estimulem colágeno e elastina).
  • Drenagem linfática facial (eliminação de líquidos e toxinas).
  • Massoterapia facial e/ou vácuoterapia facial (para ativar a vascularização)
  • Utilização de dermocosméticos no home care e filtro solar (importante!).
  • Técnicas que estimulem produção de colágeno (radiofrequência é excelente). 

Técnicas que podem ser utilizadas no pré operatório de cirurgia corporal: 
 
  • Esfoliação corporal (diminuição do extrato córneo e estimulação à renovação celular).
  • Massagens estimulantes (modeladora/turbinada) e/ou vácuoterapia (ativar vascularização).
  • Drenagem linfática corporal (estimulo à microcirculação, aumento do metabolismo e eliminação de toxinas).
  • Eletroestimulação muscular (melhora do tônus muscular).
  • Técnicas que estimulem produção de colágeno (radiofrequência é excelente). 
Importante lembrar que a pele irá passar por um procedimento invasivo, então não devemos utilizar terapias que promovam alto estresse tecidual ou processos inflamatórios, tais como: microagulhamento, peelings químicos, jato de plasma, micropuntura, etc. 

O ideal é iniciar um programa de tratamento 1 mês antes da realização da cirurgia.

Com uma pele bem nutrida e oxigenada, livre de toxinas e com um bom colágeno produzido, o pós operatório da paciente será bem mais resolutivo, as cicatrizes formadas serão de boa qualidade e, acima de tudo, ela apresentará uma menor probabilidade de complicações.

Se você se interessou pelo tema, já existem outras postagens relacionadas no blog:
  1. Cosmetologia aplicada ao pós operatório de cirurgia plástica
  2. Atendimento no pós operatório de cirurgias plásticas
  3. Cirurgias plásticas mais frequentes
Até a próxima,

Sara Neves.
Instagram: @blogfisioestetica 
Facebook: Blog Fisio Estética 

Oi pessoal, tudo bem com vocês?

Já faz um tempinho que não trago resenha né? E olhe que eu estou cheia de coisas pra mostrar pra vocês!
Quem me conhece sabe que eu amo usar argilas nas minhas terapias! São recursos simples, baratos e que trazem bons resultados. Quem não ama?
Depois de fazer o curso STRIORT com a empresa Bothanica Mineral, passei a conhecer e testar alguns produtos da marca. E um deles foi o sabonete em barra de argila preta.
Passei alguns meses testando e o indicando no home care e tive um retorno muito positivo! Vou contar abaixo minhas impressões:


A argila preta é uma das mais raras, possui elevado teor de silício, alumínio, titânio, entre outros oligoelementos. Ela é excelente para ativar a circulação, além de ter ação adstringente, contribuindo assim, para a renovação e desintoxicação da pele.
Suas indicações são muitas: Foliculite, Acne (embora a argila verde seja a mais indicada), oleosidade em geral e em casos onde necessitamos da regeneração da pele (como estrias).


O Sabonete que eu comprei foi na versão em barra e possui 80g. Vem dentro de uma caixinha de papelão quadrada, envolto numa embalagem de plástico transparente.
O cheiro do produto é super agradável, lembra "frescor" e sabonetes infantis. A cor da espuma é bem escura e a espalhabilidade no corpo é super fácil.
Por se tratar de um produto em barra, rende muuuuuuito tempo! Estou usando há alguns meses (embora não utilize-o todos os dias).
Moro em uma região muito quente (Nordeste), onde a incidência de foliculite é alta. O que eu pude perceber é que o sabonete, além de prevenir o aparecimento dela, também diminuiu as já instaladas.
Nos momentos em que minha pele estava mais oleosa, pude perceber seu excelente efeito adstringente e secativo, salvando minha pele em poucos dias. Interessante é que a argila verde é a mais difundida e indicada para peles oleosas e acneicas, mas a argila preta também cumpre um bom papel (embora não a substitua em casos mais graves).
Também pude perceber uma leve melhora na aparência das minhas estrias, devido a presença dos oligoelementos da sua composição. Além disso, nos dias em que eu percebia maior a retenção de líquido no meu organismo, utilizei-o como "pré drenagem linfática" e também obtive ótimos resultados.
Estou gostando de indicá-lo para o home care de várias pacientes, e tenho obtido um retorno positivo delas! É um produto de ótimo custo X benefício e pode facilmente ser embutido no preço da sua sessão, para que a cliente possa levar para casa sem ter que pagar por fora.

As contra indicações são: Processos inflamatórios ou infecciosos instalados e dermatites em geral.

A marca também possui a mesma versão de sabonete em barra de argila vermelha e de argila branca e eu estarei testando em breve.

No mais, fica a dica para vocês! Espero que gostem.
Me contem as suas experiências com argila preta pelo instagram do blog @blogfisioestetica ou pelos comentários.

Se você se interessa por argiloterapia, leia o post:
Argiloterapia: Diferentes tipos

Até a próxima,

Sara Neves.

Oi Pessoal, Tudo bem com vocês?

Hoje a gente veio conversar sobre um tema que rende bastante pauta: O envelhecimento.
Com certeza, um dos atendimentos mais procurados nas clinicas de estética, é o rejuvenescimento. Peelings, Radiofrequência, Microagulhamento, Revitalizações e hidratações cutâneas, Jato de Plasma, Micropuntura, entre outros infinitos tratamentos podem ser utilizados.
Contudo, nem tudo está em nossas mãos. Precisamos entender o que é o envelhecimento genético (intrínseco) e aquele devido à fatores ambientais (extrínseco). Só assim conseguiremos proporcionar tratamentos com resultados atingíveis, sem nadar contra a maré.


Antes de tudo, precisamos entender que o envelhecimento é um processo global e sistêmico, que todos os indivíduos estão sujeitos.
Todos os órgãos do nosso corpo sofrem as alterações do processo de envelhecimento. No entanto, a pele, por ser o maior órgão do nosso corpo e por estar constantemente em contato com o meio externo, é quem mais torna notório este processo.
A qualidade do envelhecimento está intimamente ligada com a qualidade de vida e hábitos que a pessoa desenvolveu ao longo da vida. Isto está relacionado com hábitos alimentares, atividade física, estado emocional, entre outros fatores.
O envelhecimento cutâneo (que é onde está o nosso foco de intervenção) é quando a pele, aos poucos, vai perdendo sua capacidade funcional e de reservas. Perdendo sua capacidade de reparação e se predispondo às doenças.
Vamos entender um pouco sobre quais são as consequências estruturais do envelhecimento na nossa pele?

Envelhecimento Intrínseco

É aquele envelhecimento que o indivíduo não consegue controlar. Ocorre por fatores genéticos e hereditários e também é chamado de envelhecimento cronológico.
Nesse tipo de envelhecimento, ocorre a degeneração e diminuição das fibras colágenas, elásticas e reticulares, além de diminuição das defesas antioxidantes e imunológicas da pele.
Algumas características marcam a pele envelhecida: palidez, diminuição das reservas hídricas, menor elasticidade e extensibilidade, rugas, ptoses, diminuição do tônus muscular, menor resistência da pele à agressões e trações externas.
Aos poucos, as glândulas (sebáceas e sudoríparas) vão perdendo a sua função e capacidade secretora, diminuindo o manto hidrolipídico e tendendo a um ressecamento da pele.
A síntese de vitamina D também entra em declínio, o que diminui a capacidade de proteção da epiderme contra a radiação UV.
Geneticamente falando, o envelhecimento está relacionado com o encurtamento dos telômeros.
Cada vez que as células se dividem, elas encurtam levemente seus telômeros. Como eles não se regeneram, chega um ponto que após a divisão celular, a célula perde total ou parcialmente a sua capacidade de divisão, por não permitir a correta replicação dos cromossomos, desencadeando o processo de envelhecimento celular.
Por fim, também nos cabe citar a ação dos radicais livres. Eles podem ser formados tanto por fatores endógenos (como processos inflamatórios), quando por fatores exógenos (como poluição), e podem afetar muitas moléculas biológicas, como os lipídios da membrana celular.

Podemos agora entender o motivo de utilizar dermocosméticos antioxidantes e com alto poder hidratante e umectante em peles envelhecidas.

Envelhecimento Extrínseco

Aliado ao envelhecimento cronológico, existem fatores externos que podem acelerar e potencializar o envelhecimento da nossa pele.
O fotoenvelhecimento é o carro chefe desta categoria: A exposição à radiação UVA, induz a formação de metaloproteinases (MMP), que são responsáveis pela degradação do colágeno e por alguns tipos de mutação genética relacionadas ao câncer.
Já a radiação UVB, causa lesões no nosso DNA e reduz a resposta imunológica da nossa pele. Sendo assim, aumentando o risco de mutações que podem se manifestar em células cancerígenas.
Além desses riscos, a exposição solar sem fotoproteção pode gerar hiperpigmentação devido ao estresse no qual os melanócitos são submetidos, dando origem à melanoses solares e até mesmo à melasmas.
O sol também degenera as fibras elásticas e colágenas, tornando a pele flácida e desvitalizada. A permeabilidade da membrana celular é alterada, tornando ineficiente a absorção de água e nutrientes.
Perceba que de nada adianta introduzir ativos na pele de um paciente que não utiliza filtro solar.

Outros fatores também podem contribuir para o processo de envelhecimento extrínseco: Poluição ambiental, calor e frio excessivos, fumo e álcool.
Por falar em fumo, ele é um fator forte no envelhecimento da pele. Ele promove a vasoconstricção, que gera diminuição do fluxo sanguíneo e consequentemente uma má oxigenação da pele. Pacientes fumantes dificilmente respondem bem à tratamentos voltados para o rejuvenescimento e você precisa saber desse detalhe durante a sua anamnese.

Bom gente, espero que o post tenha sido útil! Antes de iniciar um tratamento para rejuvenescimento, precisamos fazer uma boa anamnese e verificar se a paciente está exposta em excesso à esses fatores extrínsecos. Caso contrário, você estará tratando em vão. Precisamos primeiro afastar os fatores que agridem, para só então recuperar a funcionalidade e saúde dessa pele.

Até a próxima,

Sara Neves.

POSTAGENS RELACIONADAS:

REFERÊNCIAS:
Terapêutica em Estética - Fábio Borges.

Oi Pessoal, tudo bem com vocês?

Ontem eu coloquei uma enquete no instagram do blog, para que vocês escolhessem o tema da postagem de hoje. Com 65% dos votos, o tema ganhador foi Cosmetologia aplicada ao tratamento da Lipodistrofia Localizada e Fibro Edema Gelóide (FEG). Então, aqui estou eu!
Acho importante DEMAIS o estudo da cosmetologia. Hoje em dia, temos muito marketing em cima da venda de produtos, cada um que se proponha a ser melhor do que o outro. É conhecendo os ativos de forma mais profunda, que teremos discernimento sobre qual produto se adequa melhor à realidade do nosso paciente.
A fisiopatologia da gordura localizada e da celulite, são bem parecidas. É por isto que os ativos utilizados para tratá-las são basicamente os mesmos.
Vamos ao post?


Antes de falarmos sobre os ativos, vamos dar uma rápida revisada à respeito dessas duas patologias:

Basicamente, existem dois tipos de tecido adiposo:
  1. Tecido adiposo marrom - Também conhecido como multilocular, possui a cor parda por ser bastante rico em mitocôndrias e possuir grande vascularização. É abundante nos recém nascidos e quase ausente nos adultos.
  2. Tecido adiposo branco - Também chamado de unilocular, é composto por triglicerídeos e sua principal função é fornecer energia ao corpo, quando requisitado. É abundante no adulto.
O aumento de gordura no nosso corpo, pode se dar devido à dois mecanismos:
  1. Hiperplasia dos adipócitos - aumento do número das células de gordura
  2. Hipertrofia dos adipócitos - aumento do tamanho das células de gordura
Os adipócitos que constituem o tecido adiposo branco, possuem, na sua membrana, receptores responsáveis por controlar e regular o metabolismo dos lipídios. São eles:

  • Receptores beta adrenérgicos (estimulam efeitos lipolíticos)
  • Receptores alfa 2 adrenérgicos (estimulam efeitos anti lipolíticos)

Existem ainda, duas enzimas que encontram-se dentro do adipócito, e estão envolvidas no processo de lipólise:

  • Adenilciclase - é lipolítica e se ativa pelos receptores beta da membrana
  • Fosfodiesterase -  que é anti lipolítica

Precisamos entender isto, pois existem ativos cosméticos que ativam os receptores beta adrenérgicos, estimulando a lipólise, e ativos que bloqueiam os receptores alfa 2 adrenérgicos, inibindo a lipogênese. Contibuindo, assim, para a redução da gordura localizada.

Já quando falamos de FEG (popularmente e genericamente conhecida como celulite), ela também consiste em uma alteração patológica do tecido adiposo. Falando bem resumidamente, teremos o seguinte quadro: Desorganização das fibras colágenas, endurecimento (polimerização) do colágeno, diminuição da microcirculação local, gerando um tecido edemaciado e pouco vascularizado, com fibras desorganizadas. Tudo isto pode se dar devido a hipertrofia adipocitária, que acaba por levar a formação de septos fibrosos, o que agrava o quadro do FEG.

Então, como vocês puderam perceber, as duas patologias estão fortemente associadas à uma desordem das células de gordura e acúmulo localizado das mesmas.

Dessa forma, os ativos cosméticos que serão citados a seguir, estarão agindo da seguinte forma:

  • Bloqueando os receptores alfa 2 adrenérgicos
  • Estimulando os receptores beta adrenérgicos, ativando a adenilciclase e aumentando AMPc
  • Inibindo a enzima fosfodiesterase, aumentando AMPc e estimulando a lipólise
  • Estimulando a atividade da enzima lipase, promovendo a quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol.

Entendido o mecanismo bioquímico dos cosmecêuticos, vamos listá-los! 

CAVALINHA - Possui ação anti inflamatória, estimulante do metabolismo cutâneo, revitalizante e tonificante.
EXTRATO DE ARNICA- Ativa a microcirculação
CAFEÍNA - Inibe a fosfodiesterase e estimula os receptores beta adrenérgicos
FOSFATIDILCOLINA - Age hidrolisando os triglicerídeos
XANTALGOSIL - Ação antiedematosa e inibidora da fosfodiesterase
REMODULINE - Ação drenante, descongestionante e inibidora da fosfodiesterase
CENTELHA ASIÁTICA- Ação antiedematosa, anti inflamatória e vasodilatadora
GINKGO BILOBA - Ação ativadora do metabolismo local e vasodilatador periférico
SLIMBUSTER - Bloqueia os receptores alfa 2 adrenérgicos

Então é isso pessoal, avaliem sempre quais são os ativos presentes nos dermocosméticos que vocês adquirem, lembrando que a concentração de cada um deles também é muito importante.

Até a próxima,


REFERÊNCIAS:
* Cosmetologia, descomplicando os princípios ativos - GOMES, DAMAZIO
*Terapêutica em estética - BORGES

Oi pessoal, tudo bem com vocês?

O tema de hoje é bastante atual e tem atraído a atenção dos profissionais da estética: O processo de Glicação - Relação direta entre o consumo excessivo de açúcar e o envelhecimento cutâneo.

Sabe aquele tratamento para rejuvenescimento facial, que você usa de tudo e a sua paciente não melhora? Talvez seja a hora de aprofundarmos mais a nossa anamnese e investigarmos os hábitos de vida desta paciente. O que pode estar acontecendo é o processo de Glicação acelerado. A partir daí, se a paciente não muda os hábitos, estaremos fazendo tratamentos e procedimentos em vão.

Vamos entender um pouquinho como este processo funciona? vamos!


O envelhecimento é um processo biológico, natural e contínuo que é caracterizado por alterações moleculares e celulares. Farei um post separadamente, falando sobre os tipos de envelhecimento e como eles se manifestam.
Alguns fatores podem influenciar no envelhecimento cutâneo, tais como: genética, etnia, hormônios, temperatura e poluição ambiental. Um dos fenômenos que podem acelerar o envelhecimento, é a Glicação. 
A glicação está intimamente ligada à dietas muito ricas em açúcar refinado. Uma reação não enzimática ocorre em casos de hiperglicemia, quando uma molécula de glicose é aderida à uma proteína rígida, formando glicotoxinas, que alteram as estruturas celulares e bom funcionamento dos tecidos biológicos.
Mais especificamente falando, teremos a formação dos chamados AGEs - Advanced glycation end products, que são os produtos finais do processo de glicação.
Esses AGEs promovem ligações cruzadas entre as proteínas adjacentes, tais como a fibronectina (que interage bastante com o colágeno), a laminina, o colágeno e a elastina. Essas ligações acabam causando uma desorganização tecidual, levando à perda da elasticidade da pele e acentuando o envelhecimento cutâneo.

Google Imagens.
Já é bem descrito na literatura, que a partir dos 30 anos, o acúmulo de AGEs começa a ocorrer de forma significativa no nosso organismo, crescendo de forma linear ao longo da vida. A partir do momento que ingerimos grande quantidade de açúcar, esse acúmulo tende a ser multiplicado.
O aspecto de flacidez de pele começa a ser bem evidenciado pois os AGEs potencializam a ação dos radicais livres, comprometendo algumas estruturas da nossa pele, provocando um afrouxamento do citoesqueleto, que é responsável pela sustentação celular.

Google Imagens.

Um outro fator que é consequência da formação de AGEs é a sua toxicidade. Quando expostos à radiação solar, os AGEs produzem EROS, que provocam fotossensibilização, potencializando o estresse oxidativo e diminuindo as defesas do organismo contra ele.
Falando ainda de excesso de exposição à luz solar e fotoenvelhecimento, temos um aumento na expressão de metaloproteinases, que são um grupo de enzimas catabólicas que degradam proteínas da matriz extracelular, acentuando o processo de envelhecimento.

Como vocês puderam perceber, o consumo excessivo de açúcar refinado (quimicamente modificado), leva à uma cascata de eventos que só contribuem cada vez mais para acelerar o processo de envelhecimento.
Destaco aqui a extrema importância de disciplina e acompanhamento nutricional dos pacientes que desejam fazer tratamentos rejuvenescedores (peelings, microagulhamento, radiofrequência, etc). Como eu disse lá no início da postagem, se a paciente está nesse círculo vicioso do processo de glicação, ela não responderá aos nossos tratamentos, enquanto não mudar seus hábitos. De nada adianta estimularmos a formação de colágeno, se ele não será formado com qualidade.

Além do acompanhamento nutricional, o uso de produtos anti age também é importante. Podemos citar aqueles que contém: colágeno, vitamina c, ureia, ácido hialurônico, lipossoma de coenzima Q10, hidroxiprolisilane, dragonsine, etc. 

Bom pessoal, é isso, espero que a postagem tenha sido útil! Não deixe de acompanhar as redes sociais do blog, estou sempre postando dicas curtinhas por lá, que acabo não postando aqui.
Instagram: @blogfisioestetica

Sara Neves.

Olá Pessoal, tudo bem com vocês?

Já fazem algumas semanas que eu postei lá no instagram do blog algumas comprinhas que eu havia feito da marca Buona Vita. Depois de passar algum tempo testando, aqui estou eu para dar a minha opinião!
Conheci a marca através da indicação de uma colega esteticista e estou adorando os resultados. Já fiz o pedido de mais produtinhos, desta vez corporais, para ver se me agradam tanto quanto os faciais!
Vamos à resenha?


Bom gente, existe um kit bem mais completo da marca mas, como era minha primeira aquisição, comprei este mais simples.
O kit consta com os seguintes produtos: Emulsão de limpeza, Peeling, Amolecedor de comedões, Loção Tõnica e Máscara descongestionante. Produtos base para uma limpeza de pele.
Moro em pernambuco e os produtos demoraram a chegar, em média, uma semana.
As embalagens dos produtos são bem funcionais, mostram os ativos logo na frente, além das cores, que dá todo um toque "clean" à linha. Achei muito legal. Conseguem passar a quantidade suficiente de informação sobre o produto, sem perder a leveza e organização do design.
Vamos falar um pouco dos produtos isoladamente:



A emulsão de limpeza lembra bastante uma loção hidratante: Cor branca, consistência leve e de fácil espalhabilidade. Com apenas um "aperto" no dosador, já conseguimos produto suficiente para uma face inteira.
O que eu achei bacana é que este produto além de ser demaquilante, já começa a fazer a emoliencia no ato da higienização. Ou seja: ele acaba se tornando um produto coringa que pode ser utilizado em gestantes e também em pessoas alérgicas à trietanolamina.
Ativos: Extrato  de Camomila, que possui ação calmante, refrescante e antisséptica; Esterearato de octila, que é um emoliente não oleoso.
Rendimento: 167 aplicações. Possui 500g.


O Peeling nada mais é que o esfoliante físico da linha. Ele possui esferas vulcânicas e efeito gomagem, que promovem renovação da camada córnea da epiderme, sem promover irritações. Eu diria que ele possui uma abrasividade média (falando-se em termos de camada córnea). Pode ser utilizado em todos os tipos de pele, com excessão das peles com acne em graus III e IV.
Gostei muito do fato de que ele é bastante fácil de retirar. A medida que vamos realizando a esfoliação, ele vai formando uns "gominhos" brancos, que facilitam a remoção do produto.
Possui uma textura bem mais grossa que a da emulsão, e rende bem menos também. Mas é comum de esfoliantes, renderem um pouco menos.
Após a aplicação, a sensação de frescor e a maciez da pele são imediatos.
Também pode ser utilizado em gestantes.

Ativos: Esferas vulcânicas, que é um esfoliante físico de origem 100% natural; Extrato de camomila, que possui ação anti inflamatória, antisséptica e refrescante.

Rendimento: 65 aplicações. Possui 250g e também está disponível na versão de 500g.


Esse Amolecedor de comedões, que é a famosa trietanolamina, foi um caso de amor. As extrações se tornaram muito mais simples e fáceis de se realizar, gostei muito, tem facilitado minha vida bastante!
O que não me agradou muito é que acabo derrubando produto quando vou dosar. Ele é 100% líquido e facilitaria muito mais se seu aplicador fosse uma bomba de spray.
Pode ser utilizado em qualquer tipo de pele, exceto nas pessoas alérgicas à trieta e gestantes.
A marca promete que a eficácia do produto é suficiente para não necessitar de vapor de ozônio ou máscara térmica. No entanto, sempre deixo pelo menos 10 minutinhos na máscara térmica, potencializa bastante os efeitos do produto.

Rendimento: 60 aplicações. Contém 1L.


A Loção tônica segue a mesma consistência do amolecedor, ou seja, líquida. Reequilibra o PH da pele após as extrações, além de diminuir a vermelhidão e proporcionar um maior conforto à pele.Gosto de aplicá-la com movimentos de tamborilamento.

Ativos: Extrato de ginseng, que dermopurificante e descongestionante; Extrato de hera, que fortalece a parede dos vasos e estimula a absorção cutânea; Extrato de aloe vera, que é hidratante; e Extrato de camomila que já foi citado aqui no post.

Rendimento: 250 aplicações. Possui 500ml.


Deixei pra falar da máscara por último, propositalmente. Foi o produto que mais me surpreendeu positivamente.
Antes de tudo, gostaria de falar do cheiro: É incrível! Aquele cheirinho de ervas maravilhoso, que ao abrir o pote, toda a sala já fica com o perfume no ar. Ou seja, trabalhamos a aromaterapia juntamente ao procedimento de finalização da limpeza de pele, o que é ótimo, pois proporciona um momento de relaxamento para a paciente.


Ela tem uma consistência de gel e rende muuuuuito! Sem contar que dá uma sensação de analgesia pós extração, que as clientes amam.
Possui uma série de ativos que trabalham juntos nas ações de analgesia, antissepsia, anti inflamatória, calmante, suavizante, adstringente e cicatrizante, tais como: Extrato de melissa, Extrato de sálvia, Extrato de camomila, Extrato de erva doce e Betaglucan.
Além disso, possui extrato de Ginkgo Biloba, que ativa a microcirculação, é anti radicais livres e rico em polifenóis (OPC).

Rendimento: 84 aplicações. Possui 500g.

Bom gente, espero ter conseguido passar as minhas impressões para vocês! Eu estou adorando a linha, estou tendo resultados muito bons e um feedback bastante positivo das pacientes. E vocês, conhecem a linha?

Até a próxima!

Sara Neves.

Oi pessoal, tudo bem com vocês?

Finalmente o tão prometido post sobre radiofrequência! Andei postando alguns antes/depois de resultados com a radiofrequência  no instagram do blog, e choveu de gente falando que gostaria de uma postagem à respeito do tema!
No último ano, tenho trabalhado em cima de uma pesquisa científica, um ensaio clínico randomizado, justamente sobre a radiofrequência. Li e reli tantas coisas a respeito do tema, que acabei deixando de falar sobre ele aqui.
Mas como promessa é dívida, aqui estou eu!
A terapia por radiofrequência já é utilizada há mais de 15 anos para fins estéticos, sendo mais antiga no tratamento de outras patologias (cerca de 90 anos).
Trata-se de uma onda eletromagnética, que se propõe tratar várias afecções da pele, tais como: Flacidez, FEG (celulite), Fibroses, Lipodistrofia localizada, entre outros.
Mas de que modo essa energia atua no nosso organismo? Quais os efeitos fisiológicos que justificam seu uso? Falaremos sobre isso no decorrer da postagem!


Antes de mais nada, gostaria de salientar que independente de qual seja o seu aparelho de radiofrequência (capacitiva ou resistiva), os efeitos fisiológicos serão os mesmos, decorrentes da produção de calor, ok? Agora vamos lá:

Tipo de Manopla

Basicamente, existem 3 tipos de manoplas: Monopolar, Bipolar e Tripolar.
A manopla monopolar, necessita da utilização de uma placa de retorno, que ficará fora do local tratado, para gerar um fluxo de corrente entre os dois eletrodos. Ou seja: a placa de retorno serve apenas para fechar o circuito. Manoplas como esta, geralmente são capacitivas e o aquecimento tecidual ocorre de forma mais lenta.
As manoplas bipolares são resistivas (dispensam o uso da placa de retorno) e promovem um aquecimento muito mais rápido, exigindo atenção redobrada do profissional, para evitar queimaduras.
Quando falamos de manoplas tripolares (ou tetrapolares, hexapolares, octapolares), temos que ter em mente que só existem dois polos: positivo e negativo. Ou seja, essas manoplas pegam uma maior área corporal, agilizam o tratamento, porém se comportam como uma manopla bipolar, fisicamente falando. Resumidamente: aplicador de 3 ponteiras, porém bipolar.

Efeitos Fisiológicos

A passagem da corrente eletromagnética irá gerar agitação de moléculas e íons, nos nossos tecidos biológicos. Essa agitação, acaba forçando a colisão das moléculas e íons, gerando calor. Com a elevação da temperatura tecidual, teremos inúmeros efeitos fisiológicos, tais como: Vasodilatação, que irá gerar uma melhor  irrigação sanguínea e linfática, resultando num maior aporte de oxigênio e outros nutrientes para a área, aumentando o metabolismo tecidual local, que irá estimular a atividade de respiração endocelular e expulsão de catabólitos tóxicos.
Além disso, o efeito térmico da radiofrequência, promove realinhamento das fibras colágenas, sem rompê-las. Por meio da elevação da temperatura, também conseguimos estimular nossos tão amados fibroblastos, dando origem à produção de um novo colágeno. Você pode dar uma lida sobre as proteínas de choque térmico, se quiser entender mais a fundo, molecularmente falando, de que forma este colágeno será estimulado e formado. 
Basicamente, o aumento da temperatura irá produzir um estímulo do TGF-beta que, por sua vez estimula a formação de HSP-47, que é uma proteína que protege o pró colágeno tipo I, durante sua síntese e secreção. Somente na presença dessa proteína de estresse, as moléculas de colágeno do tipo I poderão ser organizadas na forma tridimensional correta de tripla hélice.


 Entendido isso, conseguimos visualizar como ele age em cada patologia, né?

Resumidamente:

- Se temos flacidez, e produzimos um novo colágeno, temos melhora no aspecto daquela pele.
- Se temos FEG (celulite), a paciente irá apresentar um quadro de fibrose, congestão circulatória, edema e drenagem linfática comprometida. Ao estimularmos a circulação e metabolismo local, estaremos melhorando o aspecto daquela pele.
- Se temos uma paciente com a pele desvitalizada e com rugas, estaremos promovendo rejuvenescimento, não só pela formação de colágeno, como pela sua ação anti oxidante (eliminando catabólitos).

Mas.... e a gordura localizada?

Os estudos científicos isoladamente à respeito do tema são escassos, ou com metodologias incertas. Os poucos estudos que existem, justificam o uso do aparelho para provocar dano aos adipócitos, que são as células do tecido adiposo.
Dessa forma, ao ocasionar o choque entre as moléculas e íons, a radiofrequência promoveria a termólise dos adipócitos, causando morte celular e diminuição da lipodistrofia localizada.
Outros estudos experimentais também mostram que a RF é capaz de aumentar a taxa de apoptose dos adipócitos.
No entanto, mais estudos experimentais são necessários para provar a eficácia da terapia na gordura localizada.


O que podemos dizer é que a RF é praticamente um padrão ouro para tratamento de flacidez. Os resultados são bastante expressivos e está muito bem documentado cientificamente, o estímulo aos fibroblastos.

Níveis de temperatura

Apesar de não existir um consenso na literatura à respeito de que faixa de temperatura utilizar em cada patologia, algumas parecem dar mais certo.
Para tratamento de fibroses, queremos apenas o efeito de flexibilização, sem produção de mais colágeno, ou retração tecidual, para não "endurecer" mais a área. Sendo assim, recomenda-se utilização de temperaturas por volta de 35-36ºC, onde iremos obter uma diminuição da densidade do colágeno.
Já para flacidez, queremos o estímulo aos fibroblastos, então utilizaremos temperaturas mais elevadas, entre 39-41ºC, onde iremos obter um aumento da densidade do colágeno.

Note que existem patologias, como o FEG misto, que apresenta quadro de fibrose e flacidez associados. Sendo assim, as áreas deverão ser tratadas com diferentes níveis de temperatura, a depender da necessidade.

Falar de tempo de aplicação fica um pouco difícil, pois depende muito da área de cada manopla. No geral, o que alguns artigos científicos sugerem, é 5 minutos de aplicação, após atingir a temperatura ideal, a cada 10cm².

Bom pessoal, espero que a postagem tenha sido útil! Como eu sempre digo, uma postagem nada mais é que um resumo, e jamais substituirá a leitura de livros e artigos científicos, para quem se interessa mais afundo a respeito do tema.
Até a próxima,

Sara Neves.

Olá pessoal, tudo bem com vocês?

Hoje nós voltamos ao tema cosmetologia para falar um pouco das argilas. A argiloterapia, também conhecida como geoterapia é o uso de recursos minerais para promover efeitos terapêuticos.
A prática do uso de argilas remete à Grécia Antiga, quando Hipócrates, pai da medicina, já descrevia sua utilização em práticas medicinais. Os antigos Egípcios também relataram o uso de argilas em máscaras nos banhos da tão consagrada Cleópatra (ta explicado o porquê dela ter conquistado os dois homens mais poderosos da época? haha).
As argilas provém das rochas, que são constituídas de material orgânico que após muitos anos em decomposição, são extraídas e trituradas até se tornarem pó.
Todas as argilas possuem uma composição geológica em comum: Quartzo, feldspato e mica. Os componentes químicos que serão adicionados a sua composição, determinarão sua colocação e indicação,. como veremos mais adiante.


O efeito terapêutico das argilas não se justifica somente pelos componentes químicos que a elas são adicionados. Elas possuem um poder energético, propriedade terapêutica muito importante. Isso se justifica devido ao fato de que os minerais que as argilas contém, possuem energias iônicas devido à presença de elétrons livres e energias radiônicas.
Estudos já demonstraram que o barro é capaz de emitir luz ultravioleta, o que prova que ele é capaz de estocar e transferir energia.
Sendo assim, as argilas funcionam como doadoras e receptoras de energia. Vamos conhecer alguns tipos?

Argila Branca


A argila branca é a que contém o maior percentual de  alumínio e silício, apresentando um PH bastante próximo ao da pele. Possui propriedades clareadoras e reguladoras da oleosidade da pele, sendo ideais para peles com manchas e com acne. Também mantém a hidratação da pele. Sua indicação é voltada para peles mistas à oleosas.

Argila Preta


Também conhecida como "Lama Vulcânica", previne o envelhecimento precoce da pele, ativa a circulação, favorecendo a oxigenação e nutrição dos tecidos e é ideal para eliminar toxinas e radicais livres. Também aumenta a produção de colágeno, aumentando o tônus da pele. É ideal para peles maduras ou desvitalizadas.

Argila Verde


Talvez uma das mais conhecidas, a Argila Verde possui forte ação anti inflamatória e PH neutro, sendo altamente benéfica para peles acneicas. Além disso, age pela desintoxicação e regulação das glândulas sebáceas, possuindo importante ação adstringente. Também possui ação bactericida e cicatrizante. Ideal para peles oleosas. No corpo, pode ser utilizada para protocolos DETOX.

Argila Vermelha


Por possuir alto teor de óxido de ferro e cobre, as argilas vermelhas intensificam a renovação celular e elasticidade da pele, sendo indispensáveis no tratamento anti-idade. Além disso, sua ação anti estresse faz com que ela se torne ideal para peles sensíveis. No corpo, ela possui ação redutora de medidas.

Argila Rosa


Uma mistura das argilas branca e vermelha, a Argila Rosa também é voltada para tipos cutâneos mais sensíveis. Possui ação antisséptica, cicatrizante e suavizante.

Considerações gerais sobre as argilas:

  • Podem ser utilizadas com água quente ou fria
  • Ao utilizar argilas com ação calmante e secativa, deve-se utilizar água fria para potencializar sua ação vasoconstrictora
  • Pode-se utilizar a argila com água quente quando o objetivo é ativar o metabolismo (protocolos detox).
  • Nos tratamentos capilares com argila, deve-se acrescentar um pouco de shampoo para facilitar sua retirada
  • A argila deve ser retirada após sua secagem, pois perde seu efeito terapêutico
  • A argila deve ser guardada em embalagens de vidro, cerâmica ou madeira e ser mantida em local seco
  • Não se deve utilizar metais para manipular as argilas
  • Não deve ser reutilizada

 Bom pessoal, é isso! Espero que vocês tenham gostado da postagem! Até a próxima!


REFERÊNCIA:
*Cosmetologia: Descomplicando os princípios ativos - Rosaline Kelly Gomes, Marlene Gabriel Damazio

Sara Neves


Oi pessoal, tudo bem com vocês ?

O tema de hoje é uma das bases da fisioterapia: A eletroestimulação. Por que eu escolhi este tema? Porque frequentemente vejo as pessoas esquecendo de associá-la aos seus tratamentos.
Talvez seja o erro e o motivo do insucesso de algumas terapias. De que nos adianta trabalhar o tecido adiposo para diminuição de massa gorda e não estimular o ganho de massa magra?
Ou melhor, de que nos vale promover a lipólise dos adipócitos se não promovermos a sua oxidação?

Aliás, você sabe a diferença entre lipólise e oxidação?

Vamos começar com este conceito. Lipólise, como o próprio nome já sugere, é a quebra da membrana da célula de gordura, o adipócito. Com isso, seu conteúdo que é composto por 20% de colesterol e 80% de triglicerídeos, cai na corrente sanguínea para em seguida ser metabolizado ou se liga a uma molécula de ácido graxo para depois ser envolto por uma lipoproteína e ser metabolizado.
Acontece que o produto final do metabolismo das gorduras, é a produção de ATP, que é a nossa "molécula de energia",  genericamente falando.
O ATP precisa ser gasto, ou seja, se ele não for utilizado, ele será estocado em forma de gordura novamente.

Sugiro a leitura mais detalhada do tema em um livro de bioquímica.

E qual a maneira de promover o gasto energético desses ATP's? Promovendo a contração muscular ou através do exercício aeróbico. Podemos orientar nossa paciente quanto a prática de exercícios físicos, mas não temos como garantir 100% que ela irá seguir as nossas orientações. Dessa forma, para garantir que o nosso tratamento esteja agindo de forma completa, podemos entrar com o uso da eletroestimulação, que irá promover ativação muscular e gasto dos ATP's.
Claro que os resultados aliados à atividade física são mais rápidos. Mas se podemos potencializá-los ou garanti-los, por que não fazer uso desta terapia tão antiga e tão utilizada?

Tendo estes conceitos em mente, vamos prosseguir com a postagem!


Antes de falarmos da eletroestimulação de fato, precisamos entender que os músculos são formados por 2 tipos de fibras musculares:

  1. Fibras vermelhas - Também classificadas como tônicas ou do tipo I. Possuem velocidade de contração lenta, tem uma maior capacidade de metabolismo aeróbio e são responsáveis pela contração estática ou postural. São as fibras de endurance (maior resistência à fadiga). São responsáveis pelo maior gasto energético.
  2. Fibras brancas - Também classificadas como fásicas ou tipo tipo II. Possuem velocidade de contração rápida, metabolismo anaeróbio e pouca resistência à fadiga por serem pobres em hemoglobina. São responsáveis por contrações dinâmicas e breves. São as fibras de força e responsáveis pela hipertrofia.
 Relação com a frequência:

Com a eletroestimulação, conseguimos estimular esses 2 tipos de fibras, a depender da frequência. Frequências entre 30-40 Hz são utilizadas para fibras vermelhas e 80-100 Hz para fibras brancas.


Objetivos da eletroestimulação na estética:
  • Fortalecimento e ativação muscular
  • Aumentar a forma e massa muscular
  • Reduzir os níveis de gordura subcutânea
  • Aumentar a microcicrulação (de 400-500%)  e metabolismo local (diminuindo FEG)
  • Melhorar a silhueta corporal
  • Promover o gasto de ATP (MAIS IMPORTANTE!)

 Frequência Portadora X Frequência Modulada

É importante lembrar que a frequência que iremos ajustar tanto para corrente russa, quanto para corrente aussie, é a frequência modulada.
A corrente russa possui uma frequência portadora fixa de 2.500Hz e podemos utilizar uma modulada até 150Hz. Já a corrente aussie, possui frequências portadoras de 1.000 ou 2.500Hz e a modulada também pode ir até 150Hz.


Largura de Pulso

A largura de pulso irá variar de acordo com a região anatômica escolhida para utilização da terapia. Para membro superiores, o ideal seria uma duração de 200us, abdômen entre 250-300us e membros inferiores 400us. No geral, a maioria dos aparelhos possui a largura de pulso fixa em 400us, que poderá ser utilizada em qualquer grupamento muscular sem maiores transtornos.

Modalidade de emissão de pulsos

Modo contínuo - Não está indicado para fortalecimento muscular, sendo usado pra breves estímulos com frequência baixa (10Hz). Geralmente é utilizado para aquecer a musculatura, antes de fortalecer.

Modo recíproco - Pode ser utilizado no fortalecimento muscular, onde os estímulos estarão na fase ON em alguns canais, enquanto outros estarão na fase OFF. Geralmente é utilizado para estimular músculos antagonistas simultaneamente.

Modo sincronizado - Também utilizado para fortalecimento muscular, ocorre os mesmos estímulos simultaneamente em todos os canais.

Modo Sequencial - Não é utilizado para fortalecimento muscular, e sim, como auxílio a drenagem linfática. Os estímulos começam no canal 1 e vão sendo liberados até o último canal. Depois entram em tempo off e reiniciam o processo. É importante atentar para o posicionamento dos eletrodos, sendo os primeiros eletrodos posicionados na parte mais proximal dos linfonodos.

Rampa de subida e descida

Tempo que o estímulo levará para sair do 0 até o máximo para conseguir a contração necessária da musculatura (subida/rise) e a regressão para o 0 (descida/decay). Na estética, geralmente é utilizado 2 segundos.

Tempo ON e Tempo OFF

Tempo ON - Determina quantos segundos o paciente permanecerá em contração. Podemos utilizar entre 4-6 segundos. Podem ser utilizadas resistências com pesos ou o próprio corpo, para potencializar a contração.

Tempo OFF -  Determina quantos segundos o paciente permanecerá em repouso, antes de iniciar uma nova contração. Esse tempo deverá ser sempre maior que o tempo de contração. Geralmente é utilizada a regra de 1 pra 2. Ou seja, utilizar o dobro do tempo ON. Por exemplo: 5 segundos de tempo ON, 10 segundos de tempo OFF.

Tempo de aplicação

O tempo de aplicação está relacionado com o restante da programação feita no aparelho. Por exemplo: se colocarmos 2 segundos de tempo de subida, 2 segundos de tempo de descida, 5 segundos de tempo ON e 10 segundos de tempo OFF. Teremos um somatório de 19.
O recomendado é que o paciente exerça em média 30 repetições, divididas em 3 séries de 10 com 1 minuto de intervalo cada.
Sendo assim: 19 X 30 = 570 segundos que equivale a 9 minutos e meio (vamos arredondar para 10)
Neste caso, programaríamos 12 minutos de terapia (10 minutos + 2 minutos de descanso entre as séries).

Intensidade da corrente

Deverá ser empregada quantidade suficiente para promover a contração muscular.

Bom Pessoal, tentei descomplicar ao máximo o assunto! Vou deixar algumas referências utilizadas aqui, para que vocês possam ler e se aprofundar no tema. Não deixem de utilizar esta terapia, com certeza vocês alcançarão bons resultados.

Não esqueçam que associar a eletroestimulação com a contração muscular voluntária ou o uso de cargas, potencializa os resultados!

REFERÊNCIAS:
  1. Livro: Eletrotermofototerapia - Jones Agne
  2. Livro: Criolipólise - Jones Agne  
  3. Livro: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas - Fábio Borges
Até a próxima,

Sara Neves.

Oi Pessoal, tudo bem com vocês?

A postagem de hoje foi escolhida a dedo. Talvez seja uma das postagens que pensei e elaborei com mais carinho aqui no blog. Quando falamos de cosmetologia, temos uma infinidade de produtos e ativos a nossa disposição. Quando pensamos em cosmetologia aplicada à cirurgia plástica, o que temos é uma escuridão a nossa frente.
Uma escassez de estudos na área, aliado à certeza de que nem todo tipo de ativo pode ser aplicado na pele pós cirurgiada. Então, o que aplicar? Nada? Confiar no marketing das empresas as cegas?
Era assim que eu me sentia antes de fazer o curso de formação no atendimento pré e pós operatório de cirurgia plástica estética e reparadora, com a queridíssima professora Inês Cristina, que tem anos de experiência e estudo na área.
No curso, tivemos uma aula totalmente dedicada aos ativos que poderiam ser utilizados no paciente de cirurgia plástica, explicando seus benefícios e tudo mais. Foi como se toda aquela escuridão que eu tinha a respeito do assunto, tivesse se transformado em um sol lindo.
Aos poucos, fui colocando em prática o que aprendi, nas minhas pacientes. E o resultado não poderia ser diferente: elas amaram a recuperação. 
Hoje resolvi compartilhar um pouco do que eu aprendi com vocês, na esperança de clarear um pouco a mente de profissionais que, assim como eu, se sentiam perdidos a respeito do tema.
Gostaria de trazer algo imensamente mais detalhado, com muitas evidências científicas e muitas opções no mercado. Mas, infelizmente, não é a nossa realidade atual.
Sem mais, espero que vocês gostem da postagem e dividam as experiências de vocês comigo!


Ao longo do post, estarei citando alguns ativos e também produtos prontos que são amplamente utilizados.

Rosa Mosqueta

Uma das especiarias antigas, mas com um efeito MARAVILHOSO quando se fala de cirurgia plástica. É também conhecida como rosa canina, rosa primitiva, rosa silvrestre, rosa selvatica, entre outros.
A rosa mosqueta tem um efeito protetor sobre as células humanas contra o estresse oxidativo. Além disso, possui propriedades antiinflamatórias, bacteriostáticas e imunomoduladoras.
É capaz de realizar a inibição das células inflamatórias, resultando em menor sinalização para proliferação e migração celular. OU SEJA: É excelente para prevenção e manejo de cicatrizes hipertróficas e quelóides.
Além de tudo, ela possui ativos como: Vitaminas A, B1, B2, E E K (que possui uma ação importante na coagulação sanguínea); Minerais como K, Ca, Na, Fe, Mg, P; Elevadas concentrações de vitamina C (importante elemento para a formação e deposição das fibras colágenas), carotenóides (licopeno, beta-caroteno e rubixantina) e ácidos graxos (falarei deles mais adiante).
Resumindo: Além do seu efeito positivo a respeito da cicatrização e tratamento de cicatrizes, possui uma forte ação hidratante e clareadora
Já existem cosmecêuticos prontos a base de rosa mosqueta no mercado (além do próprio óleo puro) e também é possível mandar manipular com outros ativos (passarei a fórmula mais adiante).
Algumas evidências caso vocês queiram pesquisar e baixar:




Ácidos Graxos

Os ácidos graxos, presentes na rosa mosqueta, têm um alto potencial no tratamento de feridas. Eles são necessários para muitos processos fisiológicos, como a manutenção da integridade da pele e da estrutura das membranas celulares; além da síntese de compostos biologicamente ativos (como prostaglandinas e leucotrienos) a partir da síntese do ácido araquidônico.
Entre seus benefícios, podemos citar: atividade antibacteriana e antidiabética além de  função estrutural da membrana celular (formando parte dos fosfolipídios). Os fosfolipídios participam de diversos processos metabólicos, tais como: mitose e organização celular, intercâmbios iônicos, fosforilação, conferindo a eles um alto potencial no tratamento de feridas e cicatrização tecidual.
Resumidamente, seu mecanismo de ação atua da seguinte forma:
  1. Aumento da permeabilidade da membrana celular (facilitando a entrada de fatores de crescimento).
  2. Resultando em maior proliferação, migração e neoangiogênese (fase proliferativa da cicatrização).
  3. Em conjunto com as vitaminas E e K exercem um importante efeito protetor sobre as novas células a se formarem na lesão em regeneração.
OBS: Não deve ser utilizado na fase inflamatória da cicatrização.

Cicaplast Baume B5


Com certeza vocês devem conhecer a marca La Roche-Posay, comumente recomendada por médicos dermatologistas. O Cicaplast Baume B5 trata-se de um bálsamo multi-reparador, que possui ação queratolítica e aumenta a hidratação cutânea, conferindo maciez e flexibilidade aos tecidos, sendo ótimo para prevenção de aderências cicatriciais. É ideal para peles sensíveis e pode ser aplicado na face, no corpo e nos lábios.
  1. Efeito na regeneração cutânea - Graças à sua fórmula que possui madecassoside, zinco, manganês e cobre.
  2. Efeito calmante e reparador cutâneo - 5% de Pantenol, ajudando a restaurar o conforto e bem estar em irritações cutâneas, queimaduras, escoriações leves e assaduras.
  3. Efeito protetor da pele - Textura rica e nutritiva + agentes bacterianos
Um produto muito bom pois acelera a recuperação epidérmica. Também pode ser utilizado em casos de pós peeling e laser.

Kelo-Cote


O Kelo cote é um gel de silicone que é indicado para o tratamento de cicatrizes hipertróficas e queloides, além de queimaduras. Seu uso só deve ser feito após as suturas e quando o ferimento já estiver devidamente fechado (ou seja, não aplicar sobre feridas abertas e incisões recentes).
Ele suaviza e nivela cicatrizes elevadas, reduzindo a vermelhidão e aliviando o prurido (coceira) e o desconforto associado às cicatrizes, além de manter a umidade e elasticidade da pele adjacente.
Pode-se estar indicando seu uso não só para tratamento, como também para prevenção daqueles pacientes que não possuem uma boa cicatrização, ou tem tendência/histórico de formação de quelóides. Pacientes que apresentam prurido excessivo na cicatriz cirúrgica também podem se beneficiar.
Ativos: Polisiloxanos e dióxido de silicone.
Contra indicações: Não aplicar em mucosas, não utilizar na mesma área que foi utilizado antibióticos tópicos ou outros produtos nem em feridas abertas.
Geralmente é utilizado para tratamento home care, 2X ao dia

Contractubex


Esse é um clássico. Quase todas as pacientes de cirurgia plástica que eu já atendi, já chegam fazendo uso do contractubex, prescrito pelo cirurgião plástico.
É indicado para acelerar o processo de cicatrização, aliviar incômodos após intervenções cirúrgicas, prevenir aparecimento de cicatrizes hipertróficas e quelóides (note que quase todos cosmecêuticos aqui citados tem esse objetivo), prevenir e tratar retrações e aderências cicatriciais, além de ser usado pós queimaduras e amputações. Pacientes que possuam hipersensibilidade a algum dos componentes da fórmula, não devem fazer uso deste produto.

Ativos:

  1. Alantoína - Possui ação regeneradora, queratolítica e hidratante. Também possui um efeito suavizante, responsável por diminuir o prurido relatado pelo paciente.
  2. Heparina - Importante anticoagulante, além de possuir propriedades anti-inflamatórias, antialérgicas e antiproliferativas.
  3. Cepalin - Antiinflamatório, antialérgico, antiproliferativo e antimitótico. Atua inibindo a quimiotaxia de fibroblastos cutâneos induzida por PDGF (fator de crescimento derivado das plaquetas) e reduzindo componentes matriciais extracelulares (como proteoglicanos).
Bônus: 3 fórmulas manipuladas para manejo do paciente em pós operatório

Quando eu postei essa imagem acima no instagram do blog eu perguntei se vocês gostariam de saber sobre as fórmulas de alguns produtinhos manipulados que uso no tratamento das minhas pacientes. Tive um feedback muito positivo de vocês, querendo saber mais a respeito. Então como promessa é dívida, lá vai! haha

  • Anti - hematomas: Utilizo ele no final do atendimento. Aplico sobre todas as áreas que possuem equimoses e hematomas, muito comum nas pacientes de lipoaspiração. Elas amam, pois entre uma sessão e outra conseguem notar a diferença. Também pode ser utilizado no home care.

FÓRMULA MANIPULADA:  
  • Vitamina K1 oleosa ----------- 1%
  • Ginkgo Biloba Extrato -------- 5%
  • Tintura de arnica ---------------1 %
  • Diclofenaco de potássio ------- 1%
  • Gel ----------------------------- 200g 

  • Creme para drenagem linfática: Esse é maravilhoso pois possui a tão querida rosa mosqueta! Nos primeiros atendimentos, gosto de realizar a drenagem apenas com as mãos, sem utilizar ativos. Com o passar dos dias, começo a utilizá-lo. Os resultados são fantásticos. Auxilia a drenagem,  por possuir ativadores da circulação na sua fórmula, além de manter a pele da paciente hidratada (pois sabemos o quanto a pele da nossa paciente fica ressecada, devido a restrição de cosméticos que ela pode utilizar). Não utilizo cremes para drenagem linfática convencionais pois frequentemente eles apresentam nicotinato de metila, que não é interessante para este tipo de paciente.

FÓRMULA MANIPULADA:

  • Extrato de Centella Asiática --------- 3%
  • Extrato de Castanha da índia -------- 4%
  • Extrato de arnica ---------------------- 2%
  • Óleo de Rosa Mosqueta ------------ 10%
  • Creme Macadâmia ------------------ 200g

  • Loção para  hidratação e mobilização de cicatrizes: Este aqui eu só utilizo na fase crônica, quando a paciente já está com a cicatriz totalmente fechada, sem o micropore e podendo realizar manipulações (fase de remodelagem). Utilizo com o intuito de hidratar a área e também de manipular a cicatriz com terapia manual, a fim de prevenir e tratar aderências.

FÓRMULA MANIPULADA:
      • Lipossomas de Coenzima Q.10 ---------------------- 10%
      •  Vitamina E oleosa -------------------------------------- 0,5 
      • Loção Cremosa ----------------------------------------- 200g

Bom pessoal, é isso! Espero ter contribuído no conhecimento de vocês, de alguma forma. Se vocês possuem experiências ou estudos com outros ativos ligados ao pós operatório de cirurgia plástica, podem comentar que eu irei adorar compartilhar da experiência de vocês.

Já existem outros posts relacionados à cirurgia plástica no blog, acesse:

  1.  Cirurgias Plásticas mais frequentes
  2. Atendimento no pós operatório de cirurgia plástica
  3. Drenagem Linfática Manual: conheça seus benefícios
Abraços,

Sara Neves.